Por ser o último Yacht Clube no litoral brasileiro, o Rio Grande Yacht Club (RGYC) recebe visitantes de todas as partes do mundo. Como o sueco Capitão Anders , que navegou em águas Rio-Grandinas a bordo do Adelante, um veleiro Contessa 32, no último final de semana.
O Contessa 32 é um veleiro monocasco de fibra de vidro de 9,75 metros, projetado em 1970 por David Sadler em colaboração do construtor de iates Jeremy Rogers. Existem admiradores deste veleiro por todos os cantos, no Facebook o grupo do Contessa 32 reúne quase 2 mil pessoas, sendo Anders um delas.
Velejador desde os 6 anos de idade, Anders aprendeu a velejar com o avô que era um carpinteiro e construiu um optimist para o neto. Sempre praticante da vela, o capitão foi até aos Estados Unidos da América para comprar o seu Contessa 32 em 2003 e segue velejando com o mesmo barco até o presente.
Em algumas viagens Anders conta com a companhia da esposa. Já a filha diz que o pai é um ponto verde no mapa, fazendo referencia ao GPS do barco.
Nesta viagem, Anders velejou por toda Europa costeando os países mediterrâneos, pela costa norte- americana e a costa brasileira. O Adelante levou 20 dias para cruzar o Atlântico pela a Linha do Equador de Cabo Verde até Fernando de Noronha.
Para travessia Anders estava com o barco lotado, com mais 3 tripulantes que vieram de carona por aplicativo, numa espécie de Bla blá dos mares. E ao longo da viagem o capitão seguiu trocando de tripulação a cada trecho.
Sobre os desafios na navegação, Anders pensa que “se você fizer certo não há grandes problemas, tentamos evitar o mau tempo, mas, obviamente, às vezes eles acontecem. Na primeira vez que você está velejando, por exemplo, ondas de 10 metros podem ser assustadoras, mas quando você olha para trás vê que não é tão perigoso”.
Para o velejador, o mais perigoso no mar é que você está longe de hospitais e médicos caso sofra algum corte ou precise de atendimento.
Sobre o nosso país, Anders contou “eu não conseguia imaginar o quão grande é o Brasil. Eu estou impressionado com a costa brasileira, é muita linda e muito grande e você vê poucas pessoas visitando em embarcações, mas quando eu tive contato com a burocracia eu entendi”.
Anders agradeceu a acolhida calorosa recebida no RGYC, mencionando que nem todos os clubes são tão receptivos. E logo partiu rumo a Buenos Aires…